Leitura e
escrita
Ler é decifrar a
ideia o que o outro quis transmitir. Nem sempre a leitura nos conduz a um ponto
comum e para decifrá-la temos de utilizar as experiências vividas. Cada um vive
suas próprias experiências. Quando leio um livro vou me identificando,
decidindo, fazendo escolhas. É como o sabor de um doce que agrada alguns
paladares e a outros, nem tanto. Ler é como a primeira impressão que um quadro
nos traz, aliás, isso também é uma forma de leitura. Lembro de uma vez que fui
visitar um amigo, ele mostrou um quadro, pintado por ele, e perguntou o que eu
achava. Quase apanhei quando falei que para mim o quadro estava de ponta
cabeça, se virasse, seria uma arvore. Ele ficou furioso. O quadro dele não era
tão obvio quanto uma árvore, mas para minha mente racional e lógica, tinha que
ser uma árvore. Por isso acredito que ler é decifrar, utilizando nossas
próprias experiências.
Diferente da
leitura, escrever, é reproduzir ideias próprias ou de terceiros, utilizando
códigos aprendidos anteriormente. Eu tenho dificuldade em reproduzir meus
pensamentos, pois divago muito, viajo pelos detalhes, que acredito, sejam
indispensáveis. Existem tantas regras para a escrita formal. Somente a leitura
constante pode nos ajudar a assimilar tais regras. Ao ler vamos aprendendo
naturalmente tais regras. Somos seres críticos, quando lemos um texto mal
redigido, isso nos incomoda e sem perceber vamos aprendendo a escrever. Nosso vocabulário
fica cada vez mais rico. Ler e escrever é igualzinho a Matemática. Só se
aprende praticando. Ao ler, descobrimos possibilidades da escrita. Formas,
atalhos, “volteios”. Enfim, como disse Contardo Calligaris, em seu depoimento: “A literatura é um meio de
aprender a sonhar a própria liberdade.
Por: Irací Harich Redivo
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